
Os estudantes que estão se preparando para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021 têm uma vasta lista de assuntos e matérias para revisar antes das provas, que serão aplicadas nos dias 21 e 28 de novembro. Uma das avaliações é de Ciências Humanas e suas Tecnologias, que engloba algumas matérias da área de Humanidades, e uma delas é história.
Segundo relatório do SAS Plataforma de Educação, alguns temas são mais recorrentes nas provas do que outros. Em história, os temas mais cobrados nos últimos dez anos, segundo o levantamento, são idade contemporânea, Brasil Colônia, Brasil Império, história política, e patrimônio histórico-cultural e memória. Para comentar sobre esses assuntos, o Vai Cair No Enem conversou com professores do ensino médio, de forma a ajudar os candidatos a se prepararem para as provas.
O professor Hilton Rosas começa explicando que, para compreender todos esses assuntos e outros mais, é preciso enxergar os acontecimentos mais marcantes como o cenário da época, a nível de História Geral, e aí referenciar com a História do Brasil. “Em História Geral, a estratégia do aluno quando corresponde a esse período é de estar ciente que ela corresponderá ao que podemos chamar enquanto plano de fundo para o que ocorria no Brasil, afinal a idade contemporânea pegará o final do período colonial e todo o período do império e consequentemente também o republicano”, ele esclarece.
O docente ainda comenta a importância de levar em consideração a proposta metodológica do exame, que consiste em relacionar assuntos de diferentes disciplinas, trazendo um contexto para as questões. “Atrelando-se ao princípio de interdisciplinaridade em que este ano marca o processo de transição para o ensino médio, o intuito é também linkar o aluno com outras ciências no campo de Humanas. Portanto, deve haver bastante detalhe naquilo que pode nos levar a uma maior compreensão não só dos fatos, mas também da organização social e pensamentos da época que nos levam a contextualizar melhor não só este plano de fundo aos fatos do Brasil”, analisa Rosas.
Pensando na importância da contextualização do cenário para compreender os acontecimentos políticos e sociais, o professor José Carlos Mardock traz alguns momentos marcantes para o fera destacar nos estudos. “A Idade Contemporânea tem seu início, didaticamente, a partir da Revolução Francesa. Logo, a crise do Antigo Regime e a emergência da burguesia representam o conteúdo valorizado no Enem, pois a maioria dos valores, princípios e características da sociedade atual foram construídos neste cenário. Assim, refiro-me à ideia iluminista, à Revolução Industrial, à Revolução Francesa etc. Daí podemos dar um salto para o séc. XX com os efeitos da 2° Guerra Mundial”, pontua.
Além desses assuntos, o professor Hilton Rosas volta a comentar outros contextos fundamentais no cenário mundial para compreender os fatos que aconteceram no Brasil. “O Congresso de Viena, as Revoluções Liberais na Europa, a Primavera dos Povos em 1848 e as Novas Doutrinas políticas (socialismo, anarquismo e nacionalismo) quando fazemos o link deste período com o Brasil, veremos como se deu: o processo de Independência do Brasil, a instituição do Império, a política no período imperial tanto no primeiro como também no segundo reinado”, o docente elenca.
Brasil Colônia e Brasil Império
Mardock continua sua explicação, apontando os cenários do Brasil colônia e do Brasil Império, momentos importantes da história do País. “O Brasil Colonial tem apresentado questões relacionadas à estrutura social (estrutura patriarcal, conservadora, etc), econômica, política (a organização entre o Sistema de Capitanias e Governos Gerais) e cultural. Assim, com ênfase nos efeitos do encontro entre índios, negros (utilizados na máquina mercantilista) e brancos (responsáveis pelo eurocentrismo)", explica.
“O período imperial representa um grande e importante cenário de transição, onde pouco a pouco teremos a criação do Estado Brasileiro, a criação de uma identidade nacional, de uma ideologia positivista, Republicana e Federalista. Daí, a preocupação com a carta de 1824, as Causas da Crise do 1° Reinado, as Revoltas da fase regencial e pra fechar o trato com o café na transição do braço escravo com a chegada do livre e imigrante. Assim, discutindo os efeitos da Guerra do Paraguai”, acrescenta Mardock.
Rosas ainda lista outros assuntos relevantes para estudar sobre o século 19. “A transição do século 19 para o 20 que é marcado pela: Expansão da Indústria, Imperialismo e Partilha da Ásia e África, as Unificação Tardia da Itália e Alemanha, Alianças Políticas e Militares entre as potências europeias, a Belle Époque e a primeira Guerra Mundial. Nesta fase atribuímos em Brasil: abolição dos escravos, Guerra do Paraguai e Movimento Republicano no Brasil, Formação da República no Brasil e a política de Alianças ou Oligarquias até 1930.
O docente também menciona os contextos mundiais e nacionais importantes para estudar o século 20. “Primeira e Segunda Guerra, Era Vargas, Guerra Fria, Ditadura Militar, fim da Guerra Fria e a Globalização, e a redemocratização do Brasil de 1985 até a atualidade. Trabalhando este roteiro, o estudante terá mais possibilidades de desenvolver um bom programa nessa reta até novembro”, ele finaliza.
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