
Após a primeira aplicação das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021, o período de espera pelas notas pode ser longo para os estudantes. Mas até a divulgação dos resultados obtidos pelos candidatos, a partir do dia 11 de fevereiro de 2022, é possível aproveitar e procurar conhecer os sistemas de ingresso.
Para isso, o Vai Cair No Enem traz as principais informações sobre o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) e o Programa Universidade para Todos (Prouni). Confira abaixo:
Sisu
O sistema de ingresso entrou em vigor em 2010 com o objetivo de simplificar o acesso ao ensino superior. Podem participar da edição atual os estudantes que prestaram o Enem mais recente, não sendo possível utilizar a nota de anos anteriores do certame na primeira chamada. A nota do Enem é utilizada no sistema para classificar os aprovados em universidades públicas em todo o País, e o candidato pode tentar colocações em até dois cursos por vez, durante o período disponível no cronograma.
Segundo Tárcio Augusto Barros Correia de Farias, coordenador pedagógico do ensino médio do colégio GGE de Caruaru, o sistema é importante para que os estudantes tenham mais chances de ingressar no ensino superior. “Ao invés de utilizar o resultado do Enem apenas em uma única universidade, o estudante tem todas as vagas do Brasil abertas para que ele possa fazer as melhores escolhas dentro da sua estratégia, dentro da sua possibilidade. Então o estudante vai poder verificar, a partir da nota do Enem, se ele pode entrar no ponto de corte das instituições, escolher que curso quer, onde quer estudar, entre diversas cidades e estados”, ele explica.
Durante os dias em que o Sisu recebe inscrições, os estudantes podem avaliar em qual curso e instituição sua nota melhor se encaixa, possibilitando que a escolha do candidato seja mais coerente. "Além disso, ela ainda abre as vagas com a possibilidade de segunda entrada. Então o estudante pode escolher duas opções de cursos e ficar em uma lista de espera, caso não alcance o ponto mínimo. É possível também ver o histórico das universidades. Isso aumenta o leque de possibilidades para acessar o ensino superior", analisa o coordenador.
O Sisu 2022 abrirá as inscrições de 15 a 18 de fevereiro de 2022. As classificações são atualizadas a cada 24 horas, então é preciso que o estudante utilize estratégias para colocar sua nota nos cursos e instituições mais proveitosas.
Prouni
O programa de bolsas para universidades privadas é um incentivo do Governo Federal para estimular o acesso ao ensino superior aos estudantes de baixa renda, que não teriam condições de arcar com os custos da graduação. As bolsas concedidas são de 50% ou de 100%.
“O Prouni, que abre logo após o Sisu, é uma bolsa que tem como ideia o estudante utilizar o resultado do Enem, juntamente com questões socioeconômicas, para acessar as faculdades particulares. É uma oportunidade do estudante ter acesso a cursos privados, com bolsa parcial ou integral. Há alguns critérios também em relação às notas”, explicita Tárcio de Farias.
O calendário de inscrições para o Prouni vai de 22 a 25 de fevereiro de 2022.
Fies
Com as inscrições agendadas para começarem pouco depois do Prouni, de 1º a 4 de março, o Fies tem algumas diferenças, apesar de também ser direcionado para acessar o ensino superior privado.
"O Fies é um financiamento com uma taxa de juros muito baixa, com a possibilidade do estudante parcelar, com base no nível do candidato, calculando também a situação socioeconômica, além da nota. Então ele tem uma série de critérios que precisam ser atendidos, e o estudante pode financiar o curso para começar a pagar apenas na conclusão do curso", indica o profissional.
Estratégias de ingresso
O coordenador Tárcio de Farias ainda comenta algumas estratégias que podem ser pensadas para utilizar as notas do Enem da melhor maneira, mas ele ressalta que os calendários possuem uma sequência própria, que não permite o candidato se arriscar demais. “É uma decisão estratégica de cada um mesmo. Há as pessoas que têm interesse em ingressar em uma universidade pública, e outras que preferem entrar em uma instituição particular. Mas na verdade elas vão seguir o ritmo de cada uma das etapas, porque a próxima abertura de sistema agora vai ser o Sisu para a entrada nas universidades públicas. Só depois é que vai abrir o Prouni, e apenas após o encerramento do Prouni, é que abre o Fies. São ciclos que se seguem”, destaca.
Tárcio ainda comenta as características dos dois programas de acesso ao ensino superior privado, levando em consideração que eles são voltados para públicos específicos. “Prouni e Fies dependem bastante de questões socioeconômicas, então não são programas para qualquer estudante. Recentemente o governo abriu a possibilidade de que estudantes que finalizaram o ensino médio em escolas particulares como bolsistas tenham acesso ao Prouni, que antes era apenas para quem estudou em escolas públicas”, destaca o coordenador, mencionando a modificação que o Prouni teve por meio de medida provisória assinada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) na última terça-feira (7).
A observação final feita pelo profissional de ensino é que cada estudante tem mais chances de acessar o ensino superior por meio dos formatos de ingresso, do que antes da existência dos programas. “O grande destaque dessas ferramentas é que elas dão mais possibilidade para o acesso ao ensino superior. O que antigamente, nos vestibulares individuais, o estudante ficava muito preso a cada instituição, nessa situação específica com Enem, Sisu, Prouni e Fies, o estudante tem maiores possibilidades utilizando a mesma nota. Vai depender, lógico, da dedicação, da preparação, do resultado, principalmente com o período [de pandemia do novo coronavírus] que acabamos de passar. Sabemos que houve pessoas que tiveram uma preparação cuidadosa e aprofundada, e outras que não tiveram a mesma oportunidade. Mas dentro disso, o estudante consegue gerar seu resultado, sua nota, e poder observar um leque muito maior de opções. Ou até mesmo se preparar para melhorar suas notas no futuro, para gerar outros resultados que podem ser utilizados mais à frente”, finaliza.
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