Fatos históricos sobre as Olimpíadas que podem ser usados no Enem

O Vai Cair No Enem, reuniu os mais importantes e que podem ajudar o estudante tanto na prova, quanto na redação do exame
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Por Ananda Brayner

 

A pouco mais de três meses para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), prova que promove o acesso ao ensino superior no Brasil, é importante estar atento às atualidades que podem ser cobradas na avaliação. Em 2024, as Olimpíadas de Paris são consideradas um dos grandes acontecimentos mundiais.

Por isso, o assunto pode ser tema de questão no Enem. Levando em considerações edições anteriores dos Jogos Olímpicos, diversos fatos históricos recebem destaque. O Vai Cair No Enem, reuniu os mais importantes e que podem ajudar o estudante tanto na prova, quanto na redação do exame.

Reintegração Japonesa

As Olimpíadas de Tóquio (Japão) em 1964 marcaram, além da celebração dos jogos, a reintegração do Japão ao Cenário Global.

Categorizados como os primeiros Jogos Olímpicos da Ásia, simbolizaram também a recuperação e modernização do Japão, destacando a virada de chave uma uma nação devastada pela guerra para uma potência econômica emergente.

O professor de história Everaldo Chaves conta que após a devastação da Segunda Guerra Mundial e a subsequente ocupação aliada, o Japão buscou reconstruir sua economia e se reintegrar na comunidade internacional.

“O evento introduziu várias inovações tecnológicas, como a primeira transmissão ao vivo via satélite e o uso de cronômetros eletrônicos, que modernizaram a forma como os jogos eram apresentados ao mundo. Além disso, toda a infraestrutura construída, incluindo o Shinkansen (trem-bala), teve um impacto duradouro no desenvolvimento urbano e na economia japonesa”, explica o docente.

O Boicote de Moscou

Em Moscou (Rússia) 1980, a tensão do período de Guerra Fria, disputa tecnológica e armamentista entre a União Soviética e os Estados Unidos, também afetou os Jogos Olímpicos daquele ano.

Ao lado dos estadunidenses, 65 países resolveram boicotar as Olimpíadas de Moscou. O ato aconteceu em protesto contra a invasão soviética do Afeganistão, que havia ocorrido no ano anterior.

“Este foi um dos maiores boicotes na história dos Jogos Olímpicos. O boicote de 1980 demonstrou como a competição pode ser usada como uma ferramenta política e teve repercussões significativas, afetando a participação e o desempenho dos atletas, além de aumentar as tensões durante a Guerra Fria. Em resposta, a União Soviética e vários de seus aliados boicotaram os Jogos de Los Angeles, em 1984”, conta Everaldo Chaves.

Resistência

Nos Jogos da Cidade do México (México), em 1968, uma cena emblemática marcou para sempre a história da competição. Com o mundo vivendo um período de segregação racial, os atletas americanos Tommie Smith e John Carlos, ao subirem ao pódio, ergueram os braços com os punhos cerrados, fazendo o gesto conhecido como “Black Power”, símbolo de poder e resistência para a luta que a comunidade negra enfrenta até os dias atuais.

“Pensando os recortes de raça, classe e gênero, ao analisar o itinerário histórico das Olimpíadas podemos perceber que ainda há uma longa trajetória a ser traçada, mas os avanços são louváveis, como a conquista inédita da paridade de gênero na edição atual do evento, por exemplo”, diz a historiadora e mestra em educação, Maria Claudia de Lima.

Massacre de Munique

Nas Olimpíadas de 1972, em Munique, na Alemanha, um episódio nomeado como “O Massacre de Munique” assombrou toda a Vila Olímpica daquele ano. No dia 5 de setembro, o grupo terrorista ‘Setembro Negro’ adentrou à vila e sequestrou 11 pessoas da delegação de Israel. A associação buscava trocar os reféns por mais de 200 presos políticos ligados ao terrorismo internacional. Na Base Aérea de Fürstenfeldbruck, os terroristas detonaram com granadas o helicóptero onde se encontravam os atletas israelenses, matando todos instantaneamente.

“O massacre de Munique destacou a vulnerabilidade dos eventos esportivos a atos de terrorismo e levou a mudanças significativas nas políticas de segurança dos Jogos Olímpicos e em eventos esportivos internacionais”, desenvolveu Everaldo Chaves.

Fazendo um paralelo com as guerras da atualidade, a professora de história Maria Cláudia de Lima complementa: “Pensando numa perspectiva contemporânea, a ofensiva encabeçada pela Rússia contra Ucrânia também reflete nas Olimpíadas, visto que a primeira foi banida dos Jogos pelo COI, e seus atletas competem como ‘atletas neutros’ ou ‘atletas olímpicos da Rússia’, em esportes individuais caso obedeçam as condições de elegibilidade”.

Repertórios para a redação

De acordo com o professor de redação Felipe Rodrigues, os alunos também podem utilizar esses fatos históricos para enriquecer seus repertórios textuais.

Reintegração Japonesa: Sobre o fato, o docente destaca que os estudantes poderão abordar temáticas de tecnologia e reconstrução, fazendo também uma analogia com diferentes regiões geográficas.

“Poderia se fazer uma analogia desse acontecimento do Japão com as áreas anecúmenas do Brasil, como a região da caatinga, no Polígono da Secas”, explicou Felipe.

O Boicote de Moscou: Para Moscou 1980, os temas são de cunho político, também explorando as guerras antigas e da atualidade. A filosofia de Thomas Hobbes foi citada pelo professor como teoria que faz um link com os possíveis temas citados.

Resistência: “Não há outro recorte racial de tamanha importância mundial, sobre o esporte, maior que esse acontecimento”, diz Felipe. O docente explica que fazer um paralelo com o tema de interseccionalidade seria uma boa alternativa para os estudantes.

“Independente de cor de pele, as pessoas podem ter sua autonomia e representatividade em todos os espaços de poder, e um desses espaços é o esporte. Elas {as pessoas} precisam de cor, precisam de interseccionalidade para existir”, concluiu.

Massacre de Munique: Sobre o Massacre de Munique, o docente explica que é possível utilizar o evento para se referir a guerras, tanto antigas quanto atuais, e ao terrorismo no geral.

“Acredito que sairia do comum, pois de forma contemporânea e perspicaz, o aluno poderia puxar como exemplo dessa questão de terrorismo, o que está acontecendo na atualidade. Ele poderia entrar na área do esporte e recuperar essa memória, fazendo um link entre dois momentos históricos. Seria um panorama muito interessante para uma redação”, finalizou Felipe.

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