Enem 2021 em novembro: há tempo suficiente para estudar?

Diante do calendário anunciado nesta segunda-feira (31) pelo MEC, professores analisam a conjuntura de preparação dos candidatos pressionados pelos estudos e pela pandemia
Estudante realizando prova do Enem
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O anúncio do cronograma do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), com aplicações das provas impressa e digital nos dias 21 e 28 de novembro deste ano, pegou alguns estudantes de surpresa. Há quem apostava em uma realização em dezembro e até mesmo em janeiro de 2022, diante das dificuldades impostas aos alunos em ensino híbrido durante a pandemia da Covid-19.

Com a definição do calendário divulgado pelo ministro da Educação, Milton Ribeiro, o tempo se apresenta, ainda mais agora, como um fator inseparável do cotidiano de preparação dos candidatos. Ele será suficiente para quem iniciará os estudos apenas neste momento?

“Há tempo suficiente para quem começar a focar a partir de agora, embora tenha ficado mais apertado. É preciso mudar as estratégias. Focar mais em questões e revisões do que teoria aprofundada”, opinou o professor de Linguagens e redação Diogo Xavier. Entretanto, o docente aponta problemas causados pela pandemia, a nível nacional, que tendem a atrapalhar os alunos sem acesso a aulas remotas de qualidade, uma vez que muitas escolas e cursos ainda não retomaram as atividades presenciais em sua totalidade.

“Em relação ao ano passado, não houve uma grande evolução quanto ao acesso a aulas de forma eficiente para todos. Ainda há alunos de escolas públicas que têm aulas esporadicamente, sem contar os que não se adaptaram à modalidade remota e não podem ir para o presencial ou precisam revezar por semana. Em vista disso, manter a prova do Enem inalterada sem discutir essas lacunas na formação dos estudantes é deixar de lado necessidades relevantes”, analisou Xavier.

O professor acredita que o Enem em novembro beneficiará as universidades particulares, que não deverão atrasar os períodos letivos. Também serão beneficiados, segundo o docente, os candidatos que precisarão estudar para a prova em 2022, tendo em vista que “terão mais tempo para se preparar após os resultados”.

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José Carlos Mardock, educador da disciplina de história, não aprova a aplicação em novembro. O professor teme os sérios efeitos da pandemia da Covid-19 no Brasil. “O mundo passa pela possibilidade de uma terceira onda; o Brasil enfrenta dificuldades em várias unidades da federação no avanço da primeira e segunda doces da vacina, diante da logística com a compra, deslocamento e conservação do imunizante. E o governo estabelece as datas para o Enem em novembro? Um tiro no pé. Mas, uma é uma medida esperada, diante de um governo que aceitou sediar a Copa América”, criticou o professor de história.

Para o professor de matemática Edu Coelho, novembro é uma opção melhor na comparação com outubro. Ele, porém, deixa claro: “Não concordo com a prova ainda neste ano, mas dentro dos prazos oferecidos pelo Ministério, outubro ou novembro, eu estava torcendo por novembro, porque assim o estudante terá mais tempo para se preparar”.

As inscrições do Enem serão realizadas de 30 de junho a 14 de julho, por meio da Página do Participante. O Ministério da Educação (MEC) promete publicar, ainda nesta semana, o edital do Exame.

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